Papa alertou sobre atitude que pode 'inocular uma vacina contra a fé'.
Em 2013, revista gay elegeu Francisco a personalidade mais influente.
O Papa Francisco pediu à Igreja católica em discurso divulgado neste sábado (4) para reconsiderar sua postura com os filhos de casais homossexuais e de pais divorciados, alertando sobre uma atitude que pode se reverter em algo equivalente a "inocular uma vacina contra a fé".
"Do ponto de vista educacional, os casamentos homossexuais nos lançam desafios que às vezes compreendemos mal", disse o Papa em um discurso à União Internacional de Superiores Gerais, no dia 29 de novembro, cujos trechos foram divulgados na internet pela imprensa italiana apenas neste sábado (4).
"A quantidade de crianças escolarizadas cujos pais estão separados é muito alta", disse, acrescentando que a estrutura familiar está mudando na atualidade. "Lembro do caso de uma menina que, com tristeza, confessou à sua professora: 'a namorada da minha mãe não gosta de mim'".
Apesar de a Igreja estar frequentemente em conflito com lésbicas, gays, bissexuais e a comunidade transgênero em relação ao casamento homossexual, as tentativas de abertura do Papa argentino foram apreciadas.O papa considerou que os educadores deviam se perguntar "como ensinar o Cristo a uma geração em transformação?" "Temos que cuidar para não lhes administrar uma vacina contra a fé", alertou.
Em julho, o Papa chamou a atenção dos gays ao declarar: "Se alguém é gay e busca o Senhor com sinceridade, quem sou eu para julgá-lo?"
Em dezembro, a revista norte-americana "The Advocate", consagrada à homossexualidade, destacou o chefe da Igreja católica como "a personalidade mais influente em 2013 na vida dos LGBT (lésbicas, gays, bi e transexuais)".
O Papa convocou uma assembleia geral dos bispos para discutir a posição da Igreja em relação à família, na qual deverá ser debatido, entre outros problemas, o dos divorciados que voltaram a casar e o dos filhos de pais separados
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