Defesa Civil, Infraestrutura, Semasa, Meio Ambiente, Assistência Social e Habitação uniram-se em diferentes atuações para aliviar as consequências das precipitações do fim de semana à população
Cem famílias estão desalojadas, totalizando aproximadamente 400 pessoas. Dessas, cem encontram-se amparadas nos quatro abrigos disponibilizados (Fotos: Toninho Vieira)
As fortes chuvas voltaram a castigar a população lageana, repetindo o pesadelo dos alagamentos ocorridos em agosto. O prefeito Elizeu Mattos determinou a formação de uma grande equipe para atender os atingidos. Esta segunda-feira (23) vem sendo o primeiro dia, após a pausa entre sexta e domingo, para reorganização e continuidade do monitoramento por parte da Defesa Civil. O coordenador Adilson Panek diz que houve inundação de residências e pontos comerciais nos bairros ribeirinhos, como Caça e Tiro, Habitação, Várzea e Vila Nova, as áreas de risco mais sensíveis a enchentes.
Agora começa um período delicado, quando o rio Carahá represa, segue para o Caveiras e volta, aumentando seu nível. “Toda atenção continua voltada aos moradores desses espaços”, alerta, avisando às famílias orientadas e retiradas que não retornem enquanto a Defesa Civil não liberar, pois a previsão do tempo indica novas chuvas entre essa segunda e terça, com acúmulo entre 20 e 30 milímetros.
Cem famílias estão desalojadas, totalizando aproximadamente 400 pessoas. Dessas, cem encontram-se amparadas nos quatro abrigos disponibilizados: Centro de Atenção Integral à Criança (Caic) Nossa Senhora dos Prazeres, no Araucária; Centro Social do bairro Habitação; Associação de Moradores do Caça e Tiro, e na Associação do Guarujá. O restante está em casas de parentes e amigos. Segundo Panek, foram registrados deslizamentos de terra nos bairros Morro Grande e Santo Antonio, e no Loteamento Nadir.
Infraestrutura conserta danos
Na manhã desta segunda-feira (23), máquinas da Secretaria de Infraestrutura atuam no conserto de buracos surgidos nesse fim de semana com as chuvas torrenciais. “A equipe está operando na esquina das avenidas Castelo Branco e Brasil, no bairro São Cristóvão, onde o alagamento causou o entupimento da rede pluvial. Iremos acabar com um problema já antigo. Reivindicamos mais uma vez a colaboração da população sobre o descarte do lixo na rua. É um hábito que deve ser reprimido dia a dia para que não se chegue a esse ponto, e para que não construam junto a áreas perigosas sem antes consultar a Secretaria de Planejamento. Já no Centro, na rua Carlos Joffre do Amaral, no ponto da Cacimba, estamos consertando o calçamento, que rebaixou devido a erosões”, pontua o secretário Joel Netto Momm.
Outros pontos problemáticos com buracos no asfalto, citados pelo secretário, estão na rua Bruno Luersen, que corta bairros como o Vila Mariza e Jardim Panorâmico, na altura da rótula de acesso ao Penha; na rua Manoel Antunes Pessoa (Penha) e a avenida Presidente Vargas.
Muitos dos veículos de obras da secretaria estão envolvidos com a remediação dos impasses gerados durantes as chuvas. “Estamos auxiliando a Defesa Civil. Felizmente o impacto em muitos trechos da via na cidade foi amenizado porque anteriormente havia sido feito o cascalhamento. Se não fosse isso, hoje essas vias estariam intransitáveis. Com essa reviravolta no tempo, os buracos se multiplicaram”, argumenta, ao comentar que o monitoramento segue normalmente. “Estamos percorrendo a cidade e fazendo levantamento das áreas críticas”, ressalta.
Semasa em vigilância constante
O nível do rio Caveiras, especificamente na unidade de captação de água bruta da Secretaria de Águas e Saneamento (Semasa), ao lado da sede da Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), se elevou em cinco metros devido ao alto índice de chuvas. “No ponto de captação há uma barragem que serve como reservatório em casos de estiagem agressiva ou de seca. Nesse local o Caveiras subiu de cinco para 13 metros”, contabiliza o engenheiro de operações do sistema de abastecimento de água e esgoto da Viaplan Engenharia (terceirizada da Semasa), Rafael Guedes Spindler. Mas não houve nenhum tipo de prejuízos à população. “Nesse trecho há uma ponte onde atravessam as tubulações de água bruta. Estamos atentos”, avisa.
Constatou-se também, durante as visitas, a elevação do nível da elevatória na entrada da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), ao lado do Clube Caça e Tiro 1º de Julho. “Estava previsto para hoje o desligamento da rede de iluminação pública para que a Celesc instalasse os novos postes da revitalização, fazendo com que as operações da ETE parassem. Solicitamos à empresa que esse procedimento fosse cancelado, pois teríamos problemas com a rede de esgoto. Essa prevenção foi exitosa, pois o pedido foi acatado”, conta Rafael. Houve transbordamento de água em alguns Postos de Visita (PV) - caixas com tampas de ferro espalhadas em pontos da cidade - mas houve averiguação e a população não foi atingida, sendo o impasse, resolvido.
Outros dois fatos, mas sem conexão com os alagamentos, ocorreram no bairro São Sebastião e Caça e Tiro. Um vazamento foi resolvido pela Viaplan no domingo mesmo no São Sebastião, onde houve um rompimento de rede ao lado da via ferroviária. “Outro vazamento, no Habitação, foi diagnosticado e resolvido hoje pela manhã (segunda), pois estava em ponto alagado, dificultando sua visualização. Houve falta de água, mas sem relação com as inundações. A rede já foi consertada e o serviço, reestabelecido”, diz.
Meio Ambiente em operação de limpeza
Aproveitando a estiagem das chuvas, a Secretaria do Meio Ambiente iniciou a limpeza de pontos alagados e retirada de entulhos. “A iluminação de um poste público foi desligada no Santo Antonio porque a estrutura estava correndo o risco de desabar; pessoas foram retiradas de 15 residências nessa região, ficando abrigadas no Caic do Araucária”, comenta o secretário Mushue Hampel, ao acrescentar que a secretaria tem atuado acentuadamente na avenida Belizário Ramos (Carahá), Caça e Tiro, Bom Jesus, Vila Nova, Ponte Grande, Ferrovia e Loteamento Nadir. Nesse último já foram retiradas 15 cargas de terra em caçambas.
Assistência Social colabora com refeições aos desalojados
A Secretaria de Assistência Social está garantindo de três a quatro refeições diárias para as famílias desalojadas nos quatro abrigos equipados para receber os atingidos pelas cheias. “Montamos uma escala de equipes para atuação entre sexta e domingo. São seis pessoas por turno para auxiliar as famílias, dando suporte alimentício e com abordagens sociais (com assistente social, psicóloga e quatro carros percorrendo os locais). Essa semana a prioridade do Creas e dos Cras são as vítimas das chuvas”, informa o secretário José Amarildo Farias, complementando que o município ainda auxiliou com a distribuição de cestas básicas e de artigos de higiene pessoal. A Fundação Municipal de Esportes (FME) emprestou colchões e a Defesa Civil doou cobertores e peças de vestuário.
Habitação constrói casa em regime de emergência
Uma residência está sendo construída de forma emergencial na rua Ubaldo Goberto de Sá, no bairro Tributo, para amparar uma das famílias atingidas pelas enchentes. “A família já possuía cadastro para receber a doação. É um casal com cinco crianças em uma residência alertada pela Defesa Civil, que nos procurou pela urgência do caso. A moradia está praticamente enterrada no chão e o risco de enxurradas entrarem é grande. Por isso, construiremos uma nova casa, com elevação”, explica o secretário Ivan Magaldi Júnior, ao reforçar que na tarde desta segunda a moradia antiga já será desmontada. Além disso, a secretaria está providenciando laudos para posterior análise das emergências de residências. “Houve barrancos que caíram perto de casas em situação precária. Essas famílias também serão atendidas”, explica.
Data: 23/09/2013
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