Em exposição a taça do mundo de 2002 que algum tempo depois estaria nas mãos dos brasileiros
A Fifa (Federação Internacional de Futebol) surgiu com 8 países afiliados – Suécia, Espanha, Suíça, Holanda, Dinamarca, Alemanha, Bélgica e França. Atualmente, são 207 membros espalhados pelos cinco continentes. A primeira Copa do Mundo foi organizada em 1930 e contava com apenas 13 países participantes. Porém, o Brasil já se encontrava entre eles. Aliás, o Brasil é o único país que participou de todas as Copas do Mundo já organizadas: é o único país com essa marca.
Outra marca que só o Brasil tem nas Copas é o pentacampeonato, conquistado nos anos de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Os outros países com mais títulos ganhos no campeonato são a Itália, quatro vezes campeã, a Alemanha, três vezes, a Argentina e o Uruguai, duas vezes, e a Inglaterra e a França, conquistaram o título apenas uma vez. Ou seja, o Brasil tem um lugar bastante significativo na Copa do Mundo, haja vista que de um campeonato que ocorreu 18 vezes, apenas sete países foram campeões e, dentre eles, o Brasil foi o único a ganhar cinco vezes.
Dentre todas as glórias do Brasil, há um ponto decepcionante na história das Copas do Mundo que é difícil de engolirmos até hoje: perder o campeonato em pleno Maracanã. O Brasil sediou a Copa do Mundo em 1950 e chegou até a etapa final, enfrentando o Uruguai, na disputa pela taça. Esse é um dia que quem viveu, diz que não consegue esquecer. Nós, que não vivemos, temos a transcrição da gravação para entendermos melhor o momento do desempate uruguaio, naquele dia 16 de julho de 1950:
“Cobrou agora Juvenal. Direto sobre a área. Salta Chico. Não alcança a bola. Mas ficou no campo contrário (torcida forte). Cruzou à boca da meta! Aliviou Gambetta! Vem para Bauer. Bauer aparou o couro no peito. Tentou passar por um contrário. Atrasou para Jair. Jair então infiltra-se. Empurrou o couro. Defendeu Tejera. Voltou para Danilo. Danilo perdeu para Júlio Perez, que entregou imediatamente na direção de Miguez. Miguez devolveu a Júlio Perez que está lutando contra Jair, ainda dentro do campo uruguaio. Deu para Ghiggia. Ghiggia devolveu a Júlio Perez (torcida), que dá em profundidade para o ponteiro direito. Corre Ghiggia! Aproxima-se do gol do Brasil e atira! (torcida). Gol! Gol do Uruguai! Ghiggia! Segundo gol do Uruguai. Dois a um, ganha o Uruguai (...).”
Esse trecho, retirado da transcrição de Paulo Perdigão, está no livro de Witter “Breve história sobre o futebol brasileiro”. A narração do momento, ali descrita, revela não apenas o lance em si, mas também mostra os momentos em que a torcida reagia aos passes em campo. Mas este é apenas o momento trágico do futebol brasileiro. Existem muitos outros momentos bonitos e vitoriosos. A Copa de 1958, não apenas foi conquistada pelo Brasil, como também revelou ao mundo um time brilhante, com todo o destaque para Pelé e Garrincha. Garrincha continuou ganhando as atenções na Copa de 1962, no Chile, já Pelé se machucou no início do torneio.
Mas foi na Copa de 1970 que o Brasil realmente se destacou, liderada por Zagallo. A seleção era composta por Félix, Britto, Piazza, Carlos Alberto, Clodoaldo, Marco Antônio, Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé, Rivellino, Ado, Roberto, Baldocchi, Fontana, Everaldo, Joel, Paulo César Caju, Edu, Dadá Maravilha, Zé Maria e Leão. Dos seis jogos disputados, o Brasil ganhou os seis. O jogo da final foi contra a Itália, com o placar de 4 X 1. Esse time tornou-se o melhor time “de todos os tempos”: ficou para a história. Os outros dois títulos foram ganhos em 1994, nos EUA, e em 2002, na Coreia do Sul e Japão.
O resultado é que ainda hoje escutamos de nossos pais, tios e avôs, algumas histórias sobre lances bonitos que aconteceram durante as Copas. E, se por um lado, temos um momento que queremos esquecer, temos muitos outros que fazemos questão de lembrar.
Por Paula Rondinelli
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Mestre em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Doutoranda em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo - USP