Um estudo realizado por um grupo de três economistas sobre a heterogeneidade estrutural na indústria mostra como, tanto no Brasil como em Santa Catarina, ainda há uma concentração muito grande na indústria tradicional, que não agrega muita inovação em processos.
A conclusão é apontada por Carolina Silvestre Cândido (UFRS), Fernanda Steiner Perin(UFSC) e Silvio Antônio Ferraz Cário (UFSC), em trabalho apresentado durante o 8º Encontro de Economia Catarinense, realizado em maio deste ano em Rio do Sul.
No Brasil, de acordo com dados da pesquisa, 52% dos profissionais em 2011 estavam concentrados na indústria tradicional, 23% na indústria intensiva de tecnologia, 10% na indústria de commodities industriais e 15% na de commodities agrícolas.
Em Santa Catarina, no mesmo período, na indústria tradicional, esse número era maior, chegando a 56%, enquanto na indústria intensiva de tecnologia o percentual era de apenas 18%, sendo os restantes 5% na indústria de commodities e 21% na indústria de commodities agrícolas.
Levando em consideração os números e tendo em vista o Valor Bruto da Produção Industrial (VBPI) e o Valor da Transformação Industrial (VTI), o comportamento se repete.
Em 2011 a indústria tradicional representava 30% do VBPI brasileiro e 44% do VBPI catarinense. A indústria intensiva em tecnologia tinha participação de 28% no VBPI nacional e 22% no catarinense.
Na indústria brasileira o segmento de Commodities Industriais (CI) é mais representativo do que o de Commodities agrícolas (CA), com 21% de participação em 2011.
Já na indústria catarinense o CA é mais representativo, de acordo com dados de 2011, com 23% do VBPI.
Isso pode ser percebido também no VTI. A indústria tradicional é mais representativa em Santa Catarina do que no Brasil, com 45% e 30%, respectivamente.
A indústria CI tem menor participação no estado do que no Brasil – 25% contra 24% - assim como a CA tem maior participação em SC – 21% contra 12%.
A indústria tradicional é a que apresenta menor produtividade em relação aos outros grupos industriais. Sendo a indústria CI a que possui maior produtividade e a menor participação no estado, o trabalho mostra que, de maneira geral, SC é menos produtiva do que a indústria nacional.
Ao final do trabalho, os autores concluem que em termos de produtividade, inovação e heterogeneidade estrutural, a indústria catarinense é menos heterogênea do que a nacional, porém, destacam que também não têm caminhado em direção a uma maior homogeneização. Eles avaliam que a inovação genuína, que resulta em aumento da produtividade, pode ser o componente chave para levar à convergência produtiva e, assim, à redução da heterogeneidade estrutural.
Para ler o trabalho na íntegra e ter acesso a mais detalhes sobre a pesquisa, clique aqui.
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