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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cães e donos: cara de um, focinho do outro?



Por  | Vida de Cão – 
O perfil do cão é baseado no do dono? (Foto: Getty Images)Será que a convivência pode tornar o bicho de estimação parecido com o dono? Muitos especialistas e pesquisadores acreditam que sim. Embora o instinto seja predominante no comportamento dos animais, hábitos são construídos no dia a dia, moldando a personalidade do cachorro.
Publicada em julho deste ano, uma pesquisa científica realizada na Universidade Eötvös Loránd, na Hungria, indica que os cães imitam as atitudes de seus tutores e guardam as informações para repetições futuras. Adám Miklósi e Claudia Fugazza, autores do estudo, realizaram testes com oito animais. Na primeira parte do exercício, os bichos eram incitados pelos donos a repetir suas ações, como andar em volta de um cone. Depois de serem levados para se distrair, os peludos eram submetidos novamente às situações inciais e conseguiam repetir os mesmos movimentos, dessa vez sem receber instruções.
Já o médico veterinário Ricardo Tubaldini, que atende em São Paulo, afirma que todo comportamento dos cães de estimação é baseado em ação e reação. Logo, é possível que eles adquiram, sim, hábitos dos tutores. Ele diz que, por esse motivo, a discussão sobre convivência e semelhança, que também existe em relação a seres humanos, ganha ainda mais força quando se trata de animais.
A capacidade de um cão imitar seu tutor pode ser observada em situações comuns, como na hora de comer. Mesmo que não se trate de uma ração adequada ou de um apetitoso osso, os pets frequentemente se encantam com as refeições de seus humanos e tentam devorá-las!
“Em um ambiente natural, sem a interferência de pessoas, certamente um cão não sentiria vontade de engolir um pé de alface. Mas ao ver seu dono comendo, ele tem o desejo de comer a mesma coisa”, diz Tubaldini.
Variação de humor
O humor do cachorro também sofre influência do ambiente e do convívio. Segundo o especialista, o tipo de tratamento dado aos peludos determina o espírito do animal. Cães pequenos, por exemplo, que passam boa parte do tempo no colo, podem ter tendência a se tornarem agressivos com estranhos, por entenderem que precisam de proteção integral.
Algo semelhante pode ser notado nos mascotes de grande porte que, ao contrário dos menores, ficam trancados em canis, separados dos moradores e dos visitantes da casa. Às vezes, os próprios donos atribuem um temperamento agressivo a cachorros maiores, mesmo que o bicho ainda não tenha dado sinal de braveza. Quando chegam convidados à casa, por exemplo, os tutores separam o pet das pessoas. “Ele vai associar aquela cena a uma proibição à interação com aqueles indivíduos, que representam uma ameça”, diz Ricardo Tubaldini.
Educar é preciso!
Todas essas observações de especialistas servem para os tutores ficarem atentos à educação dos peludos. É importante lembrar que os companheiros de quatro patas têm de passar pelo processo de socialização desde filhotes, para que saibam lidar com diferentes tipos de indivíduos.
Também é essencial que o donos corrijam atos inapropriados. Ignorar ou rir do mau comportamento estimula a repetição pelo cãozinho. “Os tutores precisam entender que, na relação entre humano e cachorro, há apenas duas opções: ou o animal é dominado ou ele é dominante. A educação do mascote serve para determinar isso”, diz Tubaldini.

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