terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Transforme seu TV comum em Smart

Ricardo Marques
Pequenos acessórios que dão novas funções aos televisores e os deixam prontos para desempenhar funções dos modernos Smart TVs

O mercado de Smart TVs está aquecido. Este ano, os principais fabricantes do País estimam que 30% de todos os televisores comercializados serão do tipo Smart, contra 25% do ano passado (pouco mais de cinco milhões de aparelhos). Se por um lado o desejo por ter esses modernos televisores vem aumentando, existe também aqueles que estão satisfeitos com seus atuais televisores e não pretendem se desfazer deles. A boa notícia é que também podemos deixar esses aparelhos inteligentes, sem a necessidade de grandes investimentos.
Acessar a internet, fazer streaming de vídeos, download de aplicativos, compartilhar arquivos de áudio, vídeo e fotos; essas e outras funções podem ser feitas por acessórios que, conectados aos televisores, permitem usufruir praticamente dos mesmo benefícios das Smart TVs (veja mais detalhes no Box). A seguir damos dicas de alguns equipamentos que você pode adquirir ou até mesmo ter em casa, para dar um upgrade das funções da sua TV.

PEN DRIVEEssa é a forma mais básica para garantir novas funcionalidades ao seu TV. Na verdade o termo pen drive está mais associado ao seu formato, do que propriamente a sua função, já que são verdadeiros computadores em miniatura.  Outra grande diferença está no tipo de conexão que é feito com o TV: não usamos a porta USB, o “pen drive” traz conexões HDMI ou mini-HDMI (nesse caso, um cabo adaptador acompanha), garantindo a resolução máxima 1080p. Os dispositivos mais acessíveis contam com processadores de núcleo simples, com no mínimo 256 MB de memória, e capacidade de armazenamento de 4GB (média). Embora pareça pouco, esse espaço é suficiente para instalar diversos aplicativos da loja virtual Play, do Google, já que todos esses dispositivos trazem alguma versão do sistema operacional Android.
Os fabricantes costumam incluir entradas mini SD, para receber cartões de memória com fotos, filmes e músicas para reprodução no televisor e, os mais sofisticados, ainda são do tipo Wi-Fi N, conexão mais rápida que, em teoria, pode atingir velocidade de até 300 Mbps.
Embora mais baratos, em média R$100, seu funcionamento é um tanto quanto limitado já que o que ele faz é transformar a tela do seu televisor em um grande tablet, obviamente sem a função touch screen. Raramente os aplicativos trazem resolução full HD e ampliá-los para 40 polegadas ou mais pode comprometer ainda mais a qualidade. Para navegar, podemos utilizar teclado e ou mouse sem fio (conexão via Bluetooth) ou mesmo um controle remoto, que só os mais sofisticados trazem.

BLU-RAY
Se você quer usufruir dos benefícios Smart sem investir muito, comprar um player compatível com a plataforma, que custa me média R$ 300, pode ser uma ótima solução. Aqui, não faltam opções, fabricantes como LG, Panasonic, Philips, Samsung, Semp Toshiba e Sony têm pelo menos um produto em sua linha com essas características. Modelos mais refinados, importados e distribuídos oficialmente no País, como os players da Denon, Harman Kardon, NAD, Onkyo, Yamaha, entre outros, também estão disponíveis, mas com a ressalva dos aplicativos não funcionarem por aqui, apenas em seus países de origem.
Um player Smart é uma versão menor de um televisor, não só pelo tamanho, mas pelos recursos disponíveis. Em televisores, os aplicativos podem ultrapassar as centenas e são atualizados mensalmente. Com os players, o funcionamento é diferente. Raros são aqueles que trazem a totalidade da loja de aplicativos ou que tem a plataforma atualizada constantemente. Há uma grande defasagem entre o que é liberado para os TVs e o que, efetivamente, chega a esse tipo de produto. Normalmente as empresas incluem apenas os aplicativos premium, sempre há uma locadora virtual como o Netflix (para quem tem acordo), e algum site com conteúdo de notícia.
Se faltam aplicativos, sobram funções. Descoberta de arquivos em rede via DLNA já é comum. Com essa comunicação, podemos também enviar, sem fios, conteúdos armazenados em smartphones, tablets e notebooks para o player que, conectado ao TV pelo HDMI, irá reproduzi-los na tela grande.
Os modelos mais sofisticados incluem, além do DLNA, comunicação Wi-Di (Wi-Fi Direct). Esse último padrão permite o envio de conteúdos com uma velocidade até 20 vezes mais rápida do que o Bluetooth, com a vantagem de não usar a internet doméstica para isso, pois ele aproveita o Wi-Fi habilitado dos dispositivos (do player e de um smartphone) para que se conectem diretamente uns aos outros, já que eles se transformam em “ponto de acesso”, não sendo necessário que os arquivos passem pela rede doméstica até chegar ao TV.
Outra vantagem significativa é que eles são compatíveis com uma boa quantidade de formatos (incluindo suporte a legendas, exceção da Sony), além dos codecs de áudio multicanal. Os fabricantes aproveitando essa integração natural dos produtos desenvolveram aplicativos para iOS e Android que permitem transformar smartphones e tablets em controles remotos e, em alguns casos, teclados para facilitar a digitação, já que muitos deles (menos os aparelhos importados, da Panasonic e Semp Toshiba) trazem navegador para internet. 
HOME THEATER
As características são praticamente as mesmas dos players, com a vantagem de termos a disposição no mínimo 5.1 caixas acústicas para a reprodução do áudio multicanal. Pode parecer um detalhe, mas por cerca de R$ 1.000 conseguimos não apenas deixar nosso TV compatível com o recursos Smart, como garantimos uma significativa melhora no áudio.
Aqui, vale um esclarecimento. Não se deixe levar pelo impulso pensando que produtos de maior valor agregado terão uma plataforma mais completa. Tanto nos modelos de entrada como nos produtos sofisticados a plataforma Smart é única, com os mesmo aplicativos e navegação. O que muda são recursos como a presença de Wi-Fi integrado, os últimos processadores de áudio (Dolby True HD, DTS HD), comunicação Wi-Di e a presença de player compatível com filmes em Blu-ray 3D. Se você não se importa ou não vai precisar de nenhum desses benefícios, parta para uma solução mais apropriada ao seu orçamento, ou entenda melhor as suas necessidades antes de efetuar a compra.

MEDIA PLAYER
Eles surgiram bem antes dos TVs inteligentes e, basicamente, tem o mesmo propósito: ser o centro de convergência de conteúdos de uma residência. Mas por que esses dispositivos ainda não emplacaram por aqui? A concorrência das Smart TVs pode ser uma das explicações (veja mais detalhes na edição 185 da HT&CD), assim como o fato de serem importados, o que inviabiliza o uso dos aplicativos mais interessantes disponíveis. Ao comprarmos um media player, basicamente temos acesso o YouTube, rádios on-line, Picasa e, mais recentemente, alguns trazem Netflix. Os outros estão bloqueados para nosso País e não podem ser acessados de forma legal.
Os media players (média R$ 400) cumprem muito bem o papel de receber e distribuir todo tipo de conteúdo para os TVs. Atualmente, até os modelos mais simples como o WDTV Live (teste na página XX) trazem conexão HDMI e estão aptos a rodar conteúdo 3D, gravados por câmeras digitais, filmadoras ou de vídeos disponíveis na internet. Os produtos de melhor custo benefício se comunicam com a internet de forma cabeada - com exceção do Boxee Box da D-Link que tem Wi-Fi integrado (teste na edição 184) - e não trazem HD interno para armazenamento de conteúdo.
Há opções mais avançadas, com Wi-Fi e até 1 TB de armazenamento, mas bem mais caros, e que acabam desempenhando o papel de servidor multimídia (ou NAS), inclusive podendo ser acessado remotamente, com arquivos sendo armazenados em servidores virtuais e até recebendo imagens de câmeras de segurança, entre outras inúmeras funções, indo muito além do conceito mais “direto” da plataforma Smart.
A alta compatibilidade de formatos e o pequeno tamanho são grandes aliados dessa solução.
O Apple TV (R$ 399) se encaixa nessa categoria, mas como tudo que envolve a empresa de Cupertino, o produto funciona muito bem em um ambiente onde todos os itens estão baseados no sistema operacional iOS. A central de entretenimento tem saída HDMI para conexão com o TV, Wi-Fi e permite transferência e conteúdo do iPhone, iPad e Macs (computadores) para a tela por meio do AirPlay, que dispensa fios. Os filmes e músicas comprados no iTunes podem ser reproduzidos na tela grande e o Apple TV tem aplicativos como YouTube e Netflix. No entanto, formatos simples de vídeo como AVI e MKV, não são reproduzidos.

VIDEOGAME
A princípio, o grande apelo deste produto está nos jogos. Mas os consoles mais modernos, especificamente Nintendo Wii, Xbox 360 e Playstation 3, possuem funções que vão muito além disso. Os três consoles oferecem o serviço do Netflix e YouTube. Os próprios controles podem ser usados para a navegação ou podem ser operados por gestos, é necessário ter os acessórios Wii Remote, PS Move e Kinect.
Sony e Microsoft ainda contam com lojas próprias, onde é possível encontrar, além de jogos, aplicativos para acessar Facebook, Twitter, Crackle (loja de vídeos da Sony) e até rádios on-line. Claro que essa oferta muda entre os consoles, mas em todos eles há opções que podem ser úteis. Essas duas empresas ainda oferecem browser para navegação livre na internet, com a possibilidade de utilizar um teclado para facilitar a digitação. Todos contam com o protocolo DLNA, para envio de arquivos pela rede, no entanto, a Sony costuma ser mais restrita com os formatos compatíveis.

VANTAGENS DOS SMART TVS
Os TVs inteligentes fazem tudo o que foi descrito até agora e muito mais. O primeiro ponto a favor é a praticidade. Basta ligá-lo na tomada e conectá-los a internet (cabo ou Wi-Fi) para ter acesso à plataforma Smart.  
Todos os fabricantes colocam a disposição uma loja virtual com inúmeros aplicativos, sendo LG, Philips, Samsung e Sony quem mais têm investido nessa área, ofertando mais de 400 apps. Alguns são irrelevantes, mas sempre há opções interessantes, muito além das locadoras virtuais ou das redes sociais. Há bancos que podem ser acessados pela tela do TV,  notícias atualizadas constantemente, previsão do tempo ou informação de voos nos principais aeroportos do Brasil. Tem programação de cinema, lançamento de filmes em Blu-ray e DVD, inúmeros jogos (alguns de sucesso mundial como Angry Birds) e até personal trainer. Para os mais tranquilos, aulas, palestras e cursos estão disponíveis (boa parte em inglês). Para as mulheres, dicas de beleza, receitas e saúde.
Como praticamente todo TV Smart é também 3D, Samsung e LG, oferecem lojas com filmes e trailers em três dimensões, Explore 3D e 3D Zone, respectivamente, embora um pouco defasadas. Esses dois fabricantes, mais a Philips e a Sony ainda fecharam parceria com emissoras de TV no Brasil: Band, SBT, Esporte Interativo, TV Lance! e MTV têm parte ou a programação completa disponibilizadas, acessadas a qualquer dia e horário. 
Esses aparelhos ainda reproduzem vídeos, fotos e músicas armazenados em pen drive, HD externo ou em computadores que estejam dentro da mesma rede doméstica. Todos trazem protocolo DLNA e o mais modernos possuem conexão Wi-Di. LG, Samsung e Sony passaram a incluir em seus TVs um browser para navegação livre na Internet, inclusive podendo utilizar o celular pra digitar ou comandá-las.


*Texto original publicado na edição 203 da revista HT&CD, de abril de 2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Secretaria de Saúde de Lages e Associação Doce Vida irão realizar Ação de Conscientização no Dia Mundial do Diabetes

  Evento no Calçadão de Lages oferecerá exames, orientações sobre diabetes e bem-estar  No próximo dia 14 de novembro, em comemoração ao Dia...